domingo, 1 de maio de 2011


Ribeirão do Tempo", que estreou em 18 de maio do ano passado, chega ao fim amanhã, com 250 capítulos. O autor da trama, Marcílio Moraes, de 66 anos, esperava que a novela, com previsão de término em janeiro de 2011, fosse esticada um pouquinho. Mas não que chegasse até maio. "Com a minha experiência em novelas, sei que os prazos nunca são sagrados. Sempre tem a possibilidade de aumentar e a gente aprende a se precaver. Primeiro, ela ia acabar em janeiro. Aí passou para depois do carnaval. No fim das contas, ficou quase um ano no ar", contabiliza. O escritor já entregou todos os capítulos para a emissora, mas isso não significa que o trabalho tenha acabado. "Não estou de férias porque acompanho a novela no ar", explica. Marcílio, agora, só pensa em descansar: "Para fazer outra novela, a Record vai ter que correr atrás de mim. Vou me esconder", brinca.
 "Ribeirão do Tempo" foi a maior novela que você já escreveu?
Marcílio Moraes - Foi a maior novela que já escrevi em termos de capítulos no ar. São 250 no ar e 215 escritos. É que tem capítulos menores e as tramas vão passando de um dia para o outro. A Record tem dessas coisas...

Você teve problemas para aumentar duas vezes a novela?
Marcílio Moraes -
 Não tive problema porque eu tinha muito assunto. Tinha por onde ampliar a trama sem cair na mesmice.

 Então qual foi a maior dificuldade que você enfrentou em "Ribeirão do Tempo"?
Marcílio Moraes -
 A novela foi uma obra trabalhosa. É que a cidade toda era um personagem coletivo. Armar uma história com todo mundo junto, foi complicado. Era trabalhoso. Para o Querêncio [Taumaturgo Ferreira] descobrir que era filho da Madame Durrel [Jacqueline Laurence], movimentei toda a cidade. Jacqueline estava muito bem no papel, mas ela tinha que morrer para a história andar. Acho muito fajuto esse artifício de que morreu e depois não morreu. De repente, o morto reaparece. Não gosto muito. Em "Irmãos Coragem", enterraram um caixão cheio de pedras.

 Mas você foi colaborador no remake de "Irmãos Coragem", em 1995, ao lado do Dias Gomes.
Marcílio Moraes -
 Mas a Janete Clair tinha escrito isso em 1970!
"Ribeirão do Tempo" vai terminar em uma segunda-feira. Não seria melhor acabar na sexta-feira, como faz a Globo?
Marcílio Moraes - 
 A Record tem essa estratégia porque considera que a terça-feira é o dia mais vulnerável da Globo. Mais do que a segunda porque a concorrência pode botar um filmaço e a Record perderia audiência. "Vidas Opostas" também terminou em uma segunda-feira.

 Não seria bom se o último capítulo fosse, pelo menos, reprisado?
Marcílio Moraes - 
Seria bom uma reprise, mesmo que fosse em outro dia que não a terça, já que é quando a Record quer estrear outra novela. Talvez uma boa opção fosse o domingo, que tem uma grade mais flexível. Muita gente perde o capítulo final. Se bem que hoje tem a internet, que facilita. Todos os capítulos estão na internet.

 Você abordou temas polêmicos em "Ribeirão do Tempo", como política corrupta e pedofilia, no caso do senador interpretado por Heitor Martinez. Sofreu algum tipo de censura?
Marcílio Moraes - 
Tive total liberdade. Não teve nenhuma restrição. Um ou outro detalhe às vezes acontece de ser cortado, como um capítulo que tenha muito palavrão. Aí, tiro alguns. Mas nunca o bispo [Edir Macedo] me ligou. O Hiran Silveira [diretor de teledramaturgia da Record] é que fazia contato. Mas este é um acordo que acontece em qualquer emissora. Reduzi um pouquinho as cenas picantes também. Mas nem botei muitas porque não gosto mesmo. Nesse aspecto, "Ribeirão do Tempo" era uma novela leve e bem-humorada.

 Você já trabalhou na Globo, onde fez "Roda de Fogo", "Mandala" e "Sonho Meu". Acha que "Ribeirão do Tempo" se encaixa no perfil de sua antiga emissora?
Marcílio Moraes -  
Acho que a Globo não aprovaria por causa da política. Essa história de política, com pessoas fazendo ilações com o Lula, porque havia políticos bebendo cachaça... Só para esclarecer: o personagem bêbado não era o Lula. Não era ninguém. Mas isso seria uma preocupação na Globo. Pelo menos essa é a lembrança que eu tenho de lá. Pode ser que alguma coisa tenha mudado, mas acredito que não.

 Você disse textualmente que não se inspirou no Lula para fazer os políticos de "Ribeirão". Mas teria se inspirado na política brasileira de um modo geral?
Marcílio Moraes - 
Na política brasileira sim. A começar por essa história de que o senador tem um suplente que não é votado pelo povo. Se ele renunciar ou morrer, como aconteceu com o pai do Nicolau [Heitor Martinez], o suplente assume. E, no caso de "Ribeirão", Nicolau é um perverso, alucinado total. Ele não é um vilão comum porque tem perversões, como a pedofilia, e gosta de poder. Para piorar, o partido ainda o indica para a presidência. Ele faz um jogo com a morte o tempo inteiro.

 E Nicolau morre no final?
Marcílio Moraes - 
Todos os vilões serão punidos.

 Isso significa que ele vai morrer, então?
Marcílio Moraes -
 Me entreguei, né? Ele morre, sim. No último capítulo. Todos os crimes dele vão vir à tona. Mas eu não vou te contar como vai ser essa morte.
Bate-bola
Política-infelizmente uma lama sem fim.Mas tenho esperanças de melhoras cm a Dilma
Paixao-pela vida
Futuro-a Deus pertence
Marcilio por Marcilio-extremamente perfeccionista cm o trabalho e muito feliz em viver num país cmo o nosso onde tem pessoas q apesar de tudo sao apaixonados pela vida.

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